Edição Especial de Fim de Ano (Dezembro / 2003)
Informativo Independente – Sem Fins Lucrativos – Aperiódico
EDITORIANDO:
Papai Noel, filho da puta, sujeito miserável, eu quero matá-lo, aquele porco capitalista. Presenteia os ricos, cospe nos pobres...”. Nada melhor e mais conveniente para começar um editorial que antecede o período natalino. Graças, Garotos Pobres, por palavras tão nobres e sensatas. Podíamos instituir essa canção como hino oficial do natal brasileiro. Que se foda o tal do dingo-béu! Aí, o ano de 2003 tá no fim. Passou muito rápido. Acho até que estamos em contagem regressiva para o fim do mundo. Cada ano está passando mais rápido que o outro. Vocês também acham isso?!? Roriz tomou posse em janeiro, então, 2003 não foi de todo bom. Mas não podemos desistir da vida por causa desses entraves. E Roriz é um entrave, uma pedra pontuda amarrada sob o calo em ebulição dentro de um sapato apertado. Mas a tecnologia nos permite extirpar calos. Reacenda a chama revolucionária que existe dentro de você, reacenda a chama da igualdade e da justiça há muito perdida. Que em 2004 seja o ano da maior conspiração contra políticos corruptos, elitistas e demagogos de nossa história! Só depende de você! Grande abraço, obrigado a todos e até ano que vem!
NOVIDADES COM CHEIRO DE MOFO:
* A Qualeee Produções e a Rock Total juntaram seus panos. É, agora trabalharam juntas para o bem-estar da cena. A primeira investida dessa fusão será a excursão para o show do Iron Maiden em SP. Por 350 paus você vai, vê a Dance of Death Tour e volta. A saída será dia 16/01/04 e terá a já tradicional ida à Galeria do Rock. Info.: 911-0282 ou 361-2421.
* Positive Rock é o nome do programa que vai ao ar todos os sábados por uma rádio comunitária da cidade do Valparaíso (GO), onde Galo, o apresentador e idealizador, toca todo tipo de Rock. O programa também está armando uma gig todo mês para comemorar e difundir o nome da Positive Rock, que sempre conta com ótimo público, divulgação legal, local excelente e aparelhagem classe. Vale à pena demais entrar em contato o cara. Anote o número: 8125-2742.
* Notícia quente e sensacional. DF ganhará, à partir de janeiro de 2004, novos produtores de shows. A rapaziada da banda Punk-HC, Maltrapilhos, iniciará a jornada dia 18/01/04 com um mega-show da banda Ratos de Porão. A abertura ficará a cargo de 3 bandas locais (Maltrapilhos, Flashover e Death Slam). Desejo muita boa sorte para os novos produtores, sucesso, prosperidade, perseverança e paciência, muita paciência para agüentar o pessoal reclamando do preço do ingresso e gastando três vezes o valor do mesmo com birita na porta do show. Será que todo lugar é assim?!? Info.: 9902-2578 (Márcio)
* A ARD, lendária banda de Hardcore oriunda do Gama, está prestes a entrar em estúdio para gravação de alguns sons que darão origem a um novo material, o qual receberá o singelo nome de “Síndrome do Emputecimento Progressivo”. Segundo Gilmar, um homem (?) que mais parece um peixe-boi, “o trabalho trará músicas velhas e novas”. Há de mencionar o fato de que o novo baterista, Juliano (o Julião com Alisabel!), declara-se leitor assíduo do Brasília, Fina Flor do Rock. Que falta do que fazer, hein? Na boa, obrigado pela consideração e apoio!
* Zé, idoso, cachaceiro e proprietário da loja Filial do Rock, pede para informar aos produtores que comprou toda aparelhagem para show e está alugando por um preço bem mais em conta. Devido à idade avançada, ele pede que, ao ligar, as pessoas falem alto e pausadamente: 3036-1549.
* Eis que, saindo do setor hospitalar deparo-me com um velho amigo: Branco. Ele trouxe umas das melhores notícias que recebi por esses dias: a Crematório, umas da primeiras bandas de Death-Core do DF, vai voltar à ativa. Isso fez com que eu voltasse no tempo uns 13 anos. Ia em todos os shows desses caras e considerava-os uma das melhores bandas do DF. Na verdade, sempre gostei muito das bandas e do movimento Underground do Gama como um todo: ARD, Infame, Alarme, Konsomoskaia, Insurreição, Besthoven, Fecalóide,..., ah!, velhos tempos de adolescente! Da formação original só não volta o baixista Alex, que virou crente e está com uma vida financeira muito favorável: virou pastor!
* A segunda edição do festival Headbanger’s Attack já está sendo traçada. Muitas das bandas que comporão o cast já estão definidas, faltando apenas a definição de umas poucas, em especial, das headliners. Como novidades para 2004: dois dias de shows (Sábado e Domingo) e uma prévia do festival que se dará em março, já que o mês do festival é maio. Já podem, por favor, espalhar por aí!
* Alessandra e Michele, respectivamente, guitarra e baixo da Valhalla, abriram uma loja na 508 Sul especializada em Metal. Eu esqueci o nome, mas conversando com Alessandra, ela disse que a intenção é montar uma produtora e um selo e investir em bandas. A intenção é muito boa e desejo toda sorte para que todos os planos se concretizem! Visitem a loja!
* Antes da total reviravolta na formação da Linha de Frente, os caras deixaram músicas registradas em estúdio para um futuro lançamento, que, provavelmente será uma debut da banda.
* Governo do DF e GO juntam-se em um projeto faraônico e desnecessário: trem bala. O meio de transporte em questão fará a ligação entre os dois estados em 40 minutos. Agora eu pergunto: há necessidade? Há dinheiro? Por que não investir em algo mais produtivo e prioritário? A educação, saúde e segurança, por exemplo! Tal obra não trará nenhum benefício imediato e, acredito, nem a longo prazo; trará, apenas e tão somente, uma dívida astronômica e possíveis demissões em massa na malha rodoviária. Alguém aí se lembra da ferrovia norte-sul... O Centro-Oeste não deve ser cúmplice dessa atitude incoerente e eleitoreira!
* A Macakongs 2099, do lendário Phú, continua na ativa mesmo ainda sem ter definido um substituto para os vocais. O que planejam no momento é um CD EP ou LP com a participação nos vocais de um conhecido front-man da cena brasileira, o qual Phú preferiu manter sigilo. Adiantou, no entanto, que já existem 9 músicas prontas para tal finalidade.
* A banda Nomes Feios, veterana e umas das únicas da Cidade Ocidental, voltou aos palcos em grande estilo. Fizeram uma excelente apresentação no primeiro festival organizado pela rádio Positive Rock.
* A banda Punk ‘Puget Sound’, oriunda da Irlanda do Norte, fará uma tour pelo Centro-Oeste e para Brasília sobrou a data de 25 de janeiro de 2004.
* Flashover e Violator tocarão dia 14/03/04 no Paraguai em um festival Metal ao lado da banda Infernal Command.
* Heretic Praise está com nova formação: Rafael (bt), Renato e Pará (gts), Luis (vc) e André (bx).
* Josefer, ex-baterista da Flashover, agora atua em nova função. É vocal da novata banda Bootlegs, responsável por um Thrash com alguns leves toques de New Metal. Alguns momentos lembram Violator e próprio Flashover. Meu conselho é que extirpem o tal do New Metal.
* Dor ou Revolta?, banda do Ronald, editor do fanzine Reação Própria, acabou de sair do ME estúdio, onde registrou uns sons que comporão a primeira demo da banda. Provalvelmente, será resenhada no próximo Brasília, Fina Flor!
* Encontrei no Valparaíso com a roqueira Marisa e fiquei extremamente feliz com as notícias que ela trouxe aos meus ouvidos. “Fiquei 17 anos atrás de um balcão de loteria e cansei. Agora, aos 46 anos, montei as lojas dos meus sonhos, algo que sempre quis para o Valparaíso. Quero ver essa cidade roqueira, com shows, bandas, lojas e tudo que fizer o Rock crescer. O Rock está no meu sangue!”. Essas foram as sábias palavras da Marisa, as quais reproduzo integralmente. Ela disse também para as bandas a procurassem para deixar material consignado e tal. Então aí vai o endereço: Loja 4 Estações – Valparaíso 1 – Etapa A – 629-6934. Apareçam lá!!!
ENTREVISTA OU BATE-PAPO
Um papo em família para encerrar o ano. Nada mais conveniente, certo? Logo, os escolhidos foram Nathan, Michel e Júnior, três seres horripilantes nascidos do mesmo ventre. Azar demais? Não, velhos, esses caras são filhos exemplares e motivo de orgulho para os pais ‘Brasil’. Conversamos sobre família, cobranças, sociedade e, é lógico, METAL, que é um dos estilos musicais Underground que move esse zine. Chega de introdução melosa e vamos trabalhar...
01) 3 filhos Headbangers. Como seus pais encaram isso, sendo que, para muitas famílias, isso seria o cúmulo do azar. Mentalidade pequeníssima dessa nossa sociedade, né, velho?
Michel: Quanto a isso não podemos reclamar de nossos pais. Eles nos dão total apoio com relação as bandas que tocamos e nunca nos encheram o saco por causa do som que ouvimos e dos cabelos grandes. O nosso pai também tinha cabelo grande e curtia Rock’n’Roll. Até hoje temos discos do Sabbath e do Led de 73 lá em casa que eram dele, são verdadeiras relíquias, sendo assim, temos para quem puxar!
02) Curso universitário não quer dizer bosta nenhuma. Tem muito universitário espalhado no mundo que é ignorante, mal-educado e inteligente feito uma porta. No caso, único e exclusivo da porta, até incluo-me entre os formados de QI 0. Mesmo não valendo muita coisa na prática, em um mundo habituado a viver de imagens e aparências, um diploma universitário dignifica e enobrece as pessoas. Analisando por esse ângulo, como os vizinhos, sempre tão preocupados com a vida alheia, enxergam os 3 Bangers da família Brasil: cachaceiros, roqueiros, mas, universitários.
Nathan: Ainda bem que nossa mãe encheu bastante o nosso saco para estudarmos, pois eu acredito que tudo o que somos e conquistamos se deve aos nossos estudos. Hoje dou aulas de música e incentivo cada aluno estudar e descolar um trampo bacana, pois só a música por mais legal que seja, depende desse maldito capitalismo, ou seja, para descolar uma guitarra bacana, tem que ralar bastante. Quanto neguinho ficar xeretando nossas vidas, eu não tô nem aí, bebo mesmo, mas pago minhas contas e sou consciente dos meus atos e necessidades.
03) Vocês têm irmã(s)? Elas são como vocês ou se salvaram, são bonitas. Há mais pessoas ligadas ao Rock na família Brasil?
Michel: Não temos irmãs, se tivéssemos seriam toscas iguais a gente! Tenho duas filhas, elas se salvaram, são bonitas, porém não quero influenciar, pelo menos por enquanto, com relação ao som que elas irão curtir, porque tem os gostos da mãe para variar! Mas se daqui uns15 anos elas quiserem montar uma espécie de Valhalla, vai ser legal. Aqui no DF de músico conhecido da família na ativa é somente o Fernando Brasil (gt/vc) da banda Phonopop.
04) Quem influenciou quem nessa história de curtir som?
Michel: Já ouvíamos alguma coisa em casa por causa dos discos do meu pai. Mas em 92, estudei com um brother do primeiro ano e descobrimos que gostávamos do mesmo tipo de som, então quase toda semana nos reuníamos na casa dele para curtir Metal, então sempre que podia arrastava o Nathan comigo. Começamos a tocar também por causa desse fato, um dia chegamos lá e esse cara colocou o vinil do Sepultura, Bestial Devastation, ligou a guita e começou a acompanhar Troops of Doom. O Nathan ficou pirado, e disse: “Pôrra, se ele faz isso nos também podemos! Aí o resto você já sabe. O Júnior, por sua vez, foi na cola!
05) Guitarra, baixo e bateria. Vocês já pensaram em montar uma banda juntos? Já pensaram nisso: um Power Thrash instrumental?
Michel: A gente briga para caralho tocando juntos! Não dá certo, já tentamos isso, as cobranças são bem maiores quando se trata de irmãos tocando na mesma banda. Vou tocar uns covers com o pessoal da Rhevange segurando a guitarra base, mas será apenas uma participação especial. Agora tocar Thrash é um dos meus maiores sonhos, pretendo formar uma banda nesse estilo em breve. Tenho vários projetos na cabeça, o que falta é grana para investir.
Júnior: Cara, nós já tocamos juntos no passado, mas não dá muito certo. Muitas discussões e tal. Tocar com um só na mesma banda é mais fácil. Agora os 3, quem sabe futuramente dê certo.
06) Os gostos musicais são parecidos? Quem é que curte mais som farofa? E quem é o que curte mais extremo?
Nathan: gosto de sons mais antigos, mas como músico respeito algumas bandas que vem aparecendo por aí, porém, nem todas.
Michel: cara, a exemplo do Nathan, também gosto de cosias antigas como: Dio, Judas, Iron, Metal Church, Sanctuary, Running Wild e por aí vai. Mas também gosto de Thrash e Death. O Júnior também gosta. Mas como músico ouço de tudo um pouco. Dentro do Metal, é claro. Depois que entrei para a Mental Asylum comecei a ouvir um pouco de Heavy melódico, porém, tenho ressalvas quanto a isso, tem algumas bandas que abusam dos clichês e acabam soando parecidas entre si e isso não é legal.
07) Vocês já tiveram outras bandas além das atuais (Rhevange, Mental Asylum e Amadeus)?
Michel: Comecei tocando algumas bandas covers e depois fundei a Amálgama, juntamente com o Marcos e Nathan, foi uma época muito boa, aprendi muito com eles, foi meu primeiro trabalho como músico de estúdio. Após isso formei a Glamdring ao lado do Nathan, que é uma banda de covers da Blind Guardian, que por enquanto está parada. Mas em janeiro de 2004 voltaremos a tocar e compor alguns sons. Entre 2001 e 2002 toquei na Dark Avenger. Foi a primeira vez que toquei em SP e foi muito foda. Tenho boas recordações disso. Na Mental estou desde de março de 2001. Agora, quanto à Amadeus, fui convidado para quebrar um galho e fui ficando. Aprendi muito com cada uma delas e na maioria o Nathan estava comigo. Não é porque é meu irmão, mas gosto de trabalhar com ele, o cara entende muito de bandas e sabe como conduzi-las ao caminho certo.
08) Júnior, fale um pouco sobre a Rhevange (tempo de estrada, formação e materiais lançados).
Júnior: É a Rhevange já está na estrada há 3anos, tivemos algumas mudanças na line-up, mas graças a Deus foi para melhor, com essa formação atual que conta com (Wellington, Wander, Limark, Nathan e Júnior). Gravamos o EP ‘The Way to Follow’ e estamos tendo uma aceitação bastante positiva, tendo o prazer de lançá-lo no V Forcaos – Fortaleza.
09) Michel, a mesma pergunta em relação a Mental Asylum.
Michel: A Mental está na estrada desde setembro de 98, a formação atual está desde setembro de 2001. Lançamos nossa demo e tivemos uma boa aceitação de revistas especializadas. Estamos planejando entrar em estúdio no início de 2004 para gravar um CD oficial, já temos 11 novas músicas prontas. Provavelmente será independente, por isso sei que vamos ralar bastante para colocar o disco na praça, mas tenho fé que iremos conseguir.
10) E a Amadeus, Michel, você encara como uma banda oficial ou um projeto paralelo? Vocês acabaram de lançar uma demo, portanto, fale um pouco sobre ela.
Michel: Nunca encarei nenhuma banda que eu toco como projeto paralelo, se faço um compromisso dou meu sangue para dar tudo certo. Infelizmente não faço mais parte da Amadeus, gravei algumas linhas de baixo e depois sai por não concordar com as atitudes de um certo membro na banda durante as sessões de gravação e mixagem. Gosto de trabalhar em equipe, não gosto de tocar com ditadores, que você tem só tem que fazer as coisas do jeito que o sujeito quer só porque ele é dono da banda. Quando rola essa treta, eu saio na hora, não importa que banda seja!
11) Há pouco tempo, a MA tocou no festival Metal Brasil. Como foi a reação do público e a sensação de estar no palco de um evento de tão grande importância. Qual apresentação, das bandas que tocaram no festival, você destacaria.
Michel: O show foi muito legal, foi uma oportunidade muito boa de apresentar a Mental Asylum no meio de tantas bandas de renome. O público foi bastante receptivo conosco, apesar de não conhecerem direito nosso som. Quanto as bandas, gostei de alguns shows. Ressalto o Tuatha que foi muito legal, mas o meu preferido foi o da Narcoze. Aquilo foi Metal puro, fui lá para frente bater cabeça. O Carlinhos merece, é um batalhador, e a banda dele tá du caralho!
12) Nathan, como foi para Rhevange tocar no Forcaos. Conte sobre organização, bandas e viagem. O povo falou que toda parada que a van fazia, você descia para vomitar!
Nathan: Um evento do caralho, som de altíssimo nível, organização 10, mas uma viagem maldita de van, que quebrou todo mundo. então só enchendo a cara para manter o corpo anestesiado. Quanto esse lance de vomitar, acho que foi um mal adquirido por tocar com a galera da Revival. Já é o segundo show que faço com eles que me dá essas palas! (risos)...Mas depois tudo vira farra.
13) Nathan, você está com um mini estúdio em casa, já produziu algumas bandas de metal e tem o ouvido muito aguçado. Você pretende seguir carreira como produtor? O que você recomendaria para uma banda que está pensando em entrar em estúdio?
Nathan: A questão de seguir carreira como produtor requer algum investimento na área, que não é barato, mas pretendo estar ajudando a galera com o pouco conhecimento que tenho, e que felizmente vem aumentando com os trabalhos que eu já fiz e quero continuar realizando. O toque que eu daria: conversem primeiro com um cara que possa auxiliá-los, tanto para fazer um som legal e também para economizar algum trocado, ou seja, falem comigo... (risos).
14) Michel, por que você acha tão difícil uma banda de nossa quebrada, satélites em geral, ter espaço dentro do Plano Piloto?
Michel: O que me deixa puto são as panelinhas excessivas. São sempre as mesmas bandas. E os organizadores do Plano têm culpa nisso. Veja um festival ao nível do Porão do Rock. Para ser selecionado você manda material com todo sacrifício, perde tempo, se ilude, e na maioria dos casos todas as bandas a se apresentar já estão praticamente confirmadas. Não falo isso da boca para fora, pois conheço neguinho que a banda dele entrou nesse esquema de peixada. E ainda tirou onda com a cara da gente. Desgraçado! Pôrra, isso é sacanagem, então para que essa merda de seleção?!? E isso não é só o caso do Porão, tiveram outros festivais que rolaram a mesma pilantragem. Fiquei muito feliz em ver a Terror Revolucionário e a Valhalla tocando no Porão 2003. Infelizmente, é uma outra banda que tem essa oportunidade. Vamos ver se com o tempo isso muda, mas é difícil!
15) Os 3 feios gostariam de dizer algo aos leitores?
Nathan: Para quem nos conhece, somos gente boa, apareçam em nossos shows e troquem uma idéia com a gente. Falou!
Michel: Compareçam aos shows! Vamos fortalecer a nossa cena! Um abraço...
Júnior: Stay heavy.
* Próxima entrevista: Marcos Pinheiro (Cult 22)
CONEXÃO PEQUI:
2 novos lançamentos do selo Two Beers Or Not Two Beers. É, o cara parece que domina o cartel Undergound por lá. A Corja, que é a banda do mentor do selo e produtor de shows, apresenta seu HC polvo no decorrer de suas 6 faixas. Pouco mais de 19 min. mostram uma banda sem qualquer tipo de radicalismo musical, uma vez que percebe-se, facilmente, flertes com Metal, Punk-Rock e até um pouco, mas bem pouco mesmo, de Alterna e Hip-Hop. As vinhetas contidas são ótimas, bem como a parte gráfica, textos e letras. Cont.: Rua T 51 núm. 989 – St. Bueno – Goiânia – GO – 74215-210 – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. – www.twobeers.hpg.com.br . Náusea HC produz um CD demo simples, direto e muito eficiente. Um auto-retrato de sua música, diga-se de passagem. Na demo, Liberdade Irreal, 10 delas são executadas. HC Punk de qualidade que faz lembrar antigas bandas HC de Goiânia, como HC 137 e Morte Lenta. (62) 9946-9944 – www.nausearock.hpg.com.br
COTIDIANO: CUIDADO, COITADO COTIDIANO!
Glorificação à esculhambação: O PMDB do Distrito federal orgulha-se de aumentar o número de suas cadeiras na Câmara dos Deputados Distritais. Divulga, sem nenhum pudor, aos quatro ventos, suas novas aquisições, estampando-os em todos os jornais. Curiosidades à parte, muitos, ou quase todos até, dos políticos que deixaram suas siglas para engordar o comboio peemedebista, estão com seus nomes envolvidos em maracutaias e fraucaltuas das mais variadas espécies. As últimas aquisições, que enchem de orgulho o PMDB local, são: Benício Tavares e Pedro Passos. Sob os dois, pesam acusações gravíssimas, mas como nada foi apurado (será por quê?) até o momento e os ditos-malditos gozam de uma das coisas mais absurdas do Brasil político, a tal da imunidade parlamentar, a lama pode passar do pescoço que tudo bem! Caso o fator motivacional fosse causado por diferenças ideológicas dentro do partido, seria perfeitamente normal e compreensivo que um ou outro político abandonasse seu conglomerado para ingressar em outra frente, mas, infelizmente, o que temos no DF - acredito que em todo Brasil – são saídas forjadas e repletas de interesses pessoais e eleitoreiros. Políticos vazios, moldados com infidelidade partidária, esmagam e confundem a pouca noção que a nação têm sobre política e partidos. Sobre as novas aquisições do PMDB-DF, devia-se fazer uma marcha fúnebre e não uma festa!!!
BANDAS:
DOWNERS: Quem já viu o Simon nas baquetas da Dejá-vu, Kennereth e Narcoze, vai estranhar quando colocar o CD demo ‘No Love Lost’ para tocar. Em uma vertente bem diferente de tudo que ele já fez, a Downers é basicamente um Rock inglês e nada mais que isso. As 3 faixas desse registro mostram algo em torno de Beatles, The Police e, em especial, Oasis. Acho que o Senhor F. vai amar essa banda, assim como muitos dos ouvintes do Cult 22. Tocam bastante bem e fazem uma musiquinha bonitinha prá lá de legal! Tem tudo para tocar à exaustão nas rádios. Pera aí, tudo não, os caras são quebrados, não têm grana para pagar jabá!!! Cont.: (61) 8128-5028 – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
LESTO!: Belíssima produção que essa, relativamente, nova banda do DF fez em sua promo 2003. A gravação está excelente, uma das melhores que já ouvi – o estúdio Orbis está muito profissional! - , a parte gráfica é bem simples, mas completa, e as músicas são verdadeiros porretes batendo sob sua cabeça. Música forte, feita com muita raiva, aliada a letras inteligentes e vocais agressivos. O HC novaiorquino é o que move a banda, mas nota-se também influências de Metal e do tal New Metal. Ainda bem que essa última influência é bem pouca!!! Vi os caras ao vivo e posso dizer que é um show altamente energético com ótima presença de palco. Grande banda! Cont.: (61) 8133-0228 – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. – www.lesto.cjb.net
A BEIRA DO CAOS: Banda nova na cena de Taguatinga. Ótimo! De cara, lançam um CD demo com a gravação de um ensaio feito em junho de 2003. Por ser um ensaio, não podemos exigir muito da qualidade, mas não é que ficou até bastante razoável esse quesito! A capinha, meio grafite, traz um desenho caprichado com a caricatura dos integrantes da ABDC. As 4 faixas revelam nitidamente as influências citadas no release, que são Punk-Rock, New Metal e uma dose de HC. O vocalista precisa tomar muito cuidado com as variações de vocal, em especial nas partes (New Metal) faladas, que o cara sai do tom geral. Sugestão: evite variações e cante reto! Cont.: 351-0138 ou 8117-8637
DESTAQUE DA EDIÇÃO:
BESTHOVEN: Sou um grande fã da Besthoven e acho o Fofão um gênio da música Underground. Pelo visto, não estou só nesse consentimento, tanto é verdade que essa banda de um homem só teve suas músicas lançadas por selos gringos. ‘Just Another Warsong’ teve lançamento conjunto dos selos Plague Beaher (N. Denmark) e Cries of Pain (U$A) e ‘More Victims of War’ saiu pelas Game of the Arseholes e Distort Label (U$A). Em ambos 7 Eps o que se ouve é um CrustCore matador com guitarras bem Metal, que fará qualquer fã de Anti-Cimex, Disclose e Discharged sentir-se nas nuvens! Excelente! Cont.: cx. postal 8120 – Gama – DF – 72401-970
EXCEÇÃO:
INFERNAL COMMAND: Amigos do Paraguai e responsáveis por um Thrash-Metal violentíssimo. Riffs cortantes, cozinha esmaga-crânio e músicas velozes, fazem da IC uma ótima referência do estilo para a América do Sul. O Thrash à Bay Area se faz presente em vários momentos, mas Kreator e Destruction, de longe, são as maiores influências. Em ‘Evil Thrash’ a banda mostra seu lado Iron Maiden, mas é onde o vocal dá umas escorregadas. Apesar da gravação não estar tão boa, as 6 ótimas faixas deste trabalho não deixam dúvidas de que estamos diante de uma grande banda de Thrash. Um lance muito legal é o fato da IC levar ‘Thrasher Return’, cover da banda brasileira By War. Fo-di-do! Cont.: Dr. Roberto Gonzalez Riobo 1120 e/ Eusebio Ayala – 2 piso Familia Romàn – Asuncion – Paraguay – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
2003...BOAS RECORDAÇÕES:
2003 foi ano bem agitado na cena do DF. Rolaram muitos shows nas diferentes frentes musicais Underground. Alguns festivais que vieram com força, permanecerão. Muitos shows gringos como nunca tínhamos presenciados por aqui, grande parte graças à produtora Death`n All, que promete nos agraciar com mais umas 5 tours memoráveis. O que destacaria no ano de 2003? Aí vão alguns que julgo cruciais e definitivos para a cena: o fato da loja Filial do Rock ter investido no selo Lethal Rec.; a inauguração de uma nova loja (da Alessandra e Michelle); a abertura dada para a música extrema no festival Porão do Rock, o que proporcionou ver Krisiun, Valhalla e Terror Revolucionário nos palcos; O Ferrock que foi realizado!; e alguns festivais que vieram para ficar e já possuem datas certas: Headbanger’s Attack (maio), Hard Night (bimestralmente), Porão do Rock (julho), Gama Death & Black (outubro) e Metal Brasil (outubro). O que faltou e fez tremenda falta: o festival do programa Cult 22 e o CarnaRock (fevereiro). Bom, agora é torcer e trabalhar para que o Underground no DF continue tão ativo ou mais em 2004 e, como nunca é demais sonhar, que saia dos tribunais a tão esperada cassação do distinto abutre Sr. Joaquim Roriz! Que presente de Papai Noel fabulosa seria, hein?!
O OVO OU A GALINHA?
Se os Deputados Distritais não votaram todos projetos em tempo hábil, por que vão receber 19 mil reais cada um para trabalhar durante o longo recesso? Em um emprego comum, quando não cumprimos com nossos deveres, temos desconto de salário e não uma gratificação, uma hora extra assim tão generosa. O que me deixa mais puto é que os Deputados Petistas não se manifestaram contra essa barbaridade e aceitaram tal propina de bom grado. Os ideais socialistas dos Deputados foram engolidos pelo capitalismo ou o capitalismo engoliu os ideais socialistas?!?
FANZINE, LEITURA DE CABECEIRA:
METAL NOVO: Trata-se de um web zine que lançou há pouco o velho formato papel no intuito de atingir também outro público. Decisão sensata! São 5 pgs. distribuídas entre resenhas, letra traduzida e comentário sobre a mesma, além do editorial que explica o que é o Novo Metal. Tudo bem que o fanzine é livre, um lugar onde o(s) editor(es) publica(m) o que bem quiser(em) e tal, mas, tenho uma crítica a fazer sobre o trabalho dos camaradas em questão: por que dar espaço para bandas que já aparecem freqüentemente em revistas especializadas e têm todo um aparato de grandes gravadoras?!? O espaço dado a bandas como Helloween, Nevermore, Symphony X, etc, cairia bem melhor para bandas que não estão sob o holofote da mídia. Mas, como disse, é um impresso de alma libertária onde se faz o que se quer, só dei meu ponto de vista. Os textos são bem redigidos. Cont.: www.novometal.com
Como faço tudo sozinho nesta bosta de informativo, nada mais justo e conveniente do que fazer minha própria enquete e colocar os votos dos redatores, que, no caso, é apenas um, ou seja, eu. Portanto, os votos aqui dispostos não contaram com nenhuma pesquisa prévia, é uma opinião particular minha e que diz respeito apenas à cena Underground do DF no ano de 2003. Vamos lá à “enquete do eu sozinho!”
· MELHOR BANDA: Flashover
· BANDA REVELAÇÃO: Rotten Purity
· MELHORES CDs: Fast-Food: Thrash-Metal (Independência Rec.), Flashover – Lands of Cannibal (Lethal Rec.) e Narcoze – Genoma (Zenor Rec.)
· MELHOR SHOW METAL (estrangeiro): Marduck
· MELHOR SHOW HC (estrangeiro): Riistetyt
· MELHOR SHOW METAL (bandas nacionais, exceto locais): Corpse Grinder (MG)
· MELHOR SHOW HC (bandas nacionais, exceto locais): D.E.R. (SP)
· MELHOR SHOW METAL (bandas do DF): Flashover
· MELHOR SHOW HC (bandas do DF): Terror Revolucionário
· MELHORES VOCALISTAS (Metal): Pedro (Winds Of Creation) e Carlos (Narcoze)
· MELHOR VOCALISTA (HC): Fofão (Besthoven)
· MELHORES GUITARRISTAS (Metal): Nathan (Rhevange), André (Narcoze) e Fabrício (Abhorrent)
· MELHORES GUITARRISTAS (HC): Robson (Macakongs 2099) e Hdson (Galinha Preta)
· MELHORES BATERISTAS (Metal): Caio (Valhalla) e Paulinho (Embalmed Souls)
· MELHORES BATERISTAS (HC): Renzo (DFC), Maciel (Alarme) e André (Galinha Preta)
· MELHORES BAIXISTAS (Metal): André (Narcoze) e Michel (Mental Asylum)
· MELHORES BAIXISTAS (HC): Phu (DFC) e Gilmar (ARD)
· MELHORES TECLADISTAS (Metal): André (Narcoze) e Suzane (Miasthenia)
· MELHORES TECLADISTAS (HC): Não fode, né, véi?!
· MELHORES FESTIVAIS: Headbanger’s Attack e Deathrash Assault 3
· PROMESSA PARA 2004: Violator
· MELHORES ZINES: Metal Blood e Reação Própria
· MELHOR LANÇAMENTO DE GRAVADORA: Corpse Grinder (Celebration of Hate – Kill Again Rec.)
· MELHORES PRODUTORES: Filial do Rock e Qualééé Prod.
· PIORES MOMENTOS: Cancelamento do Ferrock Festival e o Ronan que insiste com as bostas de shows covers!
CARTA (via email):
“Achei seu zine muito legal. A iniciativa de fazer tudo isso sozinho também é louvável e mostra muita atitude!” Sérgio – Taguá – DF
Camarada Sérgio, agradeço por suas palavras e espero que tenha ânimo suficiente para terminar o seu zine. Fico na torcida e vou ficar te cobrando isso!
Visitem o site: www.poraoweb.com.br . Este site apoia nossa música!!!
Tem uma máquina fotocopiadora em casa? Então, por favor, tire cópias desse info. e passe adiante. Não tem em casa mas tem no trampo!?! Não faz mal, não há recusa. Tire cópias e passe adiante. Não tem máquina em nenhum lugar, mas tá escondendo o troco do pão!? Então, faça uma boa ação e tire uma cópia e passe para algum Underground irmão! Tá quebrado e não dá para tirar nenhuma cópia, então leia e comente do conteúdo com outras pessoas. Tá vendo como você pode ajudar de várias maneiras?!?
TRILHA SONORA: bandas resenhadas, Doom, Extreme Noise Terror, Napalm Death, ROT, Self Fish, Krueger e Chakal.
EXPEDIENTE: todos os textos, digitação (três dias de ralação!), correções sem pé nem cabeça, toda correria de um solitário: Fellipe CDC. Ajuda na diagramação: Microsoft Word. Apoio Moral: Ângela (DF) e Marcão (RJ – valeu por ter ligado!). Grande ajuda nos tempos de crise medonha: Badu e Pituca Cordolino (!).
CONTATO: QNJ 21 casa 11 – Taguatinga – DF – 72140-210 – Fones (61) 475-9391 ou 9641-1308 – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
TOTAL APOIO
PORÃO 666 (loja especializada. CDs, LPs, VHs, DVDs, Camisas, Jóias p/ piercing, Bijouterias, etc) – CSB 02 lt. 08 – Taguatinga Sul (atrás do Alameda) – Fone: 562-3573;
FILIAL DO ROCK (loja especializada. CDs, LPs, VHs, DVDs, Camisas, Broches, Bijouterias, etc) – QNB 13 – Taguatinga Norte (atrás do Top Mall) – Fone: 3036-1549 – www.filialdorock.hpg.com.br
KINGDOM COMICS (Camisas, Cards, RPGs, Revistas, CDs, Livros e Bonecos) – Conic – Fone: 225-0579
ME ESTÚDIO (Ensaios, Gravações, Mixagem, Masterização e Duplicação de CDs) – QNE – Taguatinga Norte – Fone: 355-6694
ARTISTIK (SERIGRAFIA & GRÁFICA) – 352-4449
“Um 2004 cheio de paz, saúde, realizações, shows, dignidade, justiça e amor ao próximo!